Friday, December 23, 2011

UMA TEOLOGIA DO NATAL

Pelo Rev. Jose Oliveira, M.Div.

natalParece-me que hoje, mais do que nunca, temos a necessidade de refletir a respeito desse tema, a Teologia do Natal. Uma abordagem teológica se faz necessária principalmente por que o sentido do Natal tem se modificado muito em nossos dias. Com o risco de se tornar repetitivo (por que a distorção também se repete todos os anos) temos que nos levantar principalmente contra a excessiva comercialização desta data tão significativa para o Cristianismo.

Desta maneira, quais serão os aspectos que caracterizam uma teologia natalina?

Natal É Universal

Infelizmente, o Natal se tornou propriedade do Cristianismo, mas o plano de Deus era que o Natal fosse de todos não só dos Cristãos. Quando Jesus nasceu o anjo anunciou que trazia boas notícias para todos, não só para Israel, não só para os futuros Cristãos, mas para todo o mundo:

10mas o anjo sossegou-os: Não tenham medo; trago-vos a notícia mais feliz e que se destina a toda a gente! 11Esta noite, em Belém, a cidade de David, nasceu o Salvador - sim, o Cristo, o Senhor.” Lucas 2:10,11

Jesus é a revelação do amor de Deus para o mundo, independentemente de religião ou denominação (João 3:16). Os samaritanos, que eram os rejeitados pelos judeus, foram os primeiros a reconhecerem que Jesus era o “Salvador do Mundo”, não só de uma parte do mundo (Ocidente).

Jesus ordenou que o “evangelho fosse pregado por todo o mundo”, isto é, a sua mensagem, o seu ensino. Contudo o Cristianismo condicionou a simples mensagem do Evangelho a um corpo doutrinário-dogmático que exige mais do que o simples “fazer a vontade do Pai que está nos céus”, exige uma conversão confessional-doutrinária. Isso impediu a que a mensagem de Cristo elevasse as religiões do mundo a um verdadeiro patamar espiritual. Cristianismo se tornou o “dono da verdade” e uma religião, mais do que competitiva, exclusivista; esqueceu-se que o Cristo se “destina a toda gente”.

Natal é Espiritual

Com tanta comercialização natalina, faz-se necessário lembrar-se que Natal é um evento espiritual. Quando Jesus nasceu um evento espiritual da maior importância tomou lugar: A Encarnação Divina. O Filho de Deus se tornou um ser humano como um de nós.

Quando o Gabriel anunciou que Maria seria o instrumento através do qual Deus operaria esta grande operação espiritual em nosso mundo, ele disse:

“O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Deus altíssimo cobrir-te-á como uma sombra; por isso, o menino que de ti vai nascer será santo, e será chamado o Filho de Deus”, e: Uma virgem conceberá, e dará à luz um filho e ser-lhe-á posto o nome de Emanuel. Emanuel quer dizer: Deus está conosco.” Mateus 1:22-24

A Encarnação é o fenômeno espiritual na qual humanidade e divindade foram reconciliadas em uma só pessoa e essa maravilha ocorreu em nosso mundo, através do nascimento do menino Jesus: “Deus estava em Cristo” II Coríntios 5:19, e “A Palavra tornou-se homem e viveu aqui na Terra entre nós, cheio de amor e perdão, cheio de verdade. E vimos a sua glória, a glória do Filho único do Pai.” João 1:14.

Natal é tempo para reflexão espiritual; meditação em nossa relação com Deus, a qual Jesus veio exemplificar em sua vida pessoal, na qual ele nos revelou Deus como nosso Pai espiritual.

Natal é Social

É natural que um tão-grande evento como o nascimento do Filho de Deus em nosso mundo haveria de ser celebrado com grande alegria. Quando Jesus nasceu os anjos desceram à terra e cantaram louvores Deus,

“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade.” Lucas 2:14.

Natal é tempo de celebração e gratidão a Deus pelo dom da salvação através de Cristo, contudo as festividades natalinas se tornaram tão secularizadas que se esvaziaram do seu significado básico e passou a ser uma oportunidade para manifestações hedonistas.

Natal também é tempo de confraternização, quando nos lembremos da mensagem que Jesus nos deixou: que nos amemos uns aos outros como ele mesmo nos amou. Amor que sensibilize os nossos corações em direção do semelhante, principalmente dos menos favorecidos.

Uma Teologia do Natal deve lembrar-nos que Jesus veio ao mundo para deixar claro que Deus nos inclui todos sem distinção no seu amor paterno. Essa teologia deve resgatar o caráter espiritual do Natal especialmente quando o vemos sequestrado com uma ignóbil intenção de tão-somente produzir lucro financeiro. Por fim, Natal é um evento social em que a sua celebração demonstra nossa gratidão a Deus em forma de adoração pela vinda de seu Filho ao nosso mundo.

Natal é uma ocasião muito especial, e se tornará ainda mais especial se o celebrarmos consciente de seus verdadeiros significados.

Nota: O acima não se constitui uma posição oficial do Instituto Teológico Simonton, mesmo porque o ITS não possui uma Teologia do Natal. O ITS respeita a teologia natalina de cada um. O acima é a Teologia do Natal, segundo o Rev. José Oliveira, como indivíduo, não como representante do ITS. Para saber da confissão doutrinária do ITS, dirija-se a sua página na internete:

http://simonton.atwebpages.com

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