Monday, December 26, 2011

As Duas Conversões

PLACA-~1Em termos evangélicos, cada pessoa deve experimentar uma conversão a Deus, através de Cristo para ser genuinamente salva. Esta é uma característica do Cristianismo judaico-paulino, herdada da noção da conversão do prosélito ao Judaísmo. Desde que a doutrina da conversão, do novo nascimento é bastante enraizada no Cristianismo evangélico, assumamos a sua necessidade, para dizer que, contrariamente ao que se diz, cada ser humano necessita não só uma conversão, mas pelo menos duas, e talvez muitas conversões na sua vida.

Uma Conversão a Deus

Se qualquer ser-humano deseja ser salvo, deve passar por uma experiência de conversão a Deus. Essa conversão consiste basicamente em reconhecer a existência e soberania de Deus na sua vida, através de uma genuína fé nEle, e decidindo dar o melhor de si para fazer a vontade de Deus na sua vida. Se essa conversão vem através do conhecimento de Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal, tanto melhor, pois em Jesus Cristo temos a perfeita revelação da Pessoa e do amor de Deus ao mundo. Mas em verdade, Deus, “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” I Timóteo 2:4.

Conversão significa dar meia-volta, abandonar o caminho em que estava. A conversão a Deus é abandonar os seus próprios caminhos (vontade própria) e seguir no caminho de Deus (a vontade de Deus). Esta conversão, a necessitam todos os homens, independentemente do lugar em vivam, pois “Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam” Atos 17:30. Se qualquer ser-humano espera ter vida eterna após esta vida terrena, primeiro deve se converter a Deus e comprometer-se com a vontade dEle. Esta é primeira conversão.

Uma Conversão à Humanidade

Se a primeira conversão resulta em amar a Deus de todo o seu coração acima de todos, a segunda conversão resulta em amor ao próximo como a si mesmo, como tanto a Lei e Jesus ensinaram. A base para o amor a humanidade deveria ser, em primeiro lugar que somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Deus Criador, contudo, a Lei Áurea ensina-nos a colocar a cada um de nós como a medida do amor ao próximo: Ama ao próximo como A TI MESMO. O mal que não quero para mim, não devo fazer aos outros e o bem que desejo, devo, também, promover ao meu próximo. Conversão à Humanidade significa voltar-se ao próximo, importar-se com ele, e, segundo o ensino de Jesus, colocar o bem alheio, mesmo antes do pessoal.

Em verdade podemos dizer quem nenhuma dessas conversões é completa sem a outra. Ajudar o próximo sem o amor de Deus é mera filantropia, algumas vezes até com motivações egoístas de exaltação pessoal; amar a Deus sem amar ao próximo é inconcebível, pois amar a Deus é comprometer-se com a vontade dEle e não há dúvida que é a vontade de que nos amemos uns aos outros.

No Cristianismo Evangélico conversão muitas vezes significa converter-se do Romanismo ao Protestantismo, e alguns mesmo pensam que não há necessidade de conversão, pois nasceram em “berço evangélico”. Conversão é uma decisão, no tempo e no espaço que marca uma nova atitude para com Deus e para com o próximo. Mas, por outro lado, também necessita de uma confirmação a cada momento em que o egoísmo aparece, de novo voltando-se para Deus e o próximo. Essas são as múltiplas conversões que sustentam as duas originais.

Na realidade necessitaríamos falar somente de uma conversão, pois a conversão a Deus, deveria, naturalmente, trazer a conversão ao próximo, mas, desde que muitas vezes o indivíduo se concentra muito mais em religiosidade, ritos e superstições do que no relacionamento vivo com Deus utilizamos a idéia de duas conversões para melhor ilustrar o relacionamento ideal com Deus e os outros.

Rev. José V. S. Oliveira, M.Div,

Diretor do Instituto Teológico Simonton

http://itsimonton.tripod.com

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