Tuesday, January 31, 2012

Os Profetas Pós-Exílicos

Pelo Rev. Jose Oliveira, M.Div.
profetas das restauracaoApós tragédias vêm períodos de reconstrução. O povo de Israel, como várias nações da Palestina, sofreram a terrível calamidade de serem dominados pelos caldeus e exilados à Babilônia. Mas em menos de um século surgiu a oportunidade para o povo de Israel, retornar à terra natal e reconstruir a nação que havia sido destruída ha mais de 50 anos atrás. A terra era a mesma, mas a situação era diferente. Ali agora estavam vivendo povos que foram exilados de outras nações e havia muita pobreza e oposição à tarefa de reconstruir Jerusalém e o templo. Deus, como sempre, não havia abandonado o povo e levantou ali mesmo, para o remanescente judeu, três profetas que chamamos de Pós-Exílicos: Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes, segundo o presbítero Jose Roberto A. Barbosa, “escreveram para confirmar a aliança de Deus com o Seu povo”. Alguns estudiosos também incluem entre os profetas pós’exílicos, o texto chamado “Trito-Isaías” (capítulos 56-66 de Isaías). Mas por ser esta uma inclusão questionada por muitos, não vamos incluí-la neste artigo, estudando somente os três acima mencionados.
Ageu
Ageu foi contemporâneo de Esdras, Neemias e Zacarias. Não se sabe ao certo sua origem, uns acreditando que tenha sido um dos que ficaram em Jerusalém após o exílio, e outros pensam que era um dos que retornaram de Babilônia, no fim do período persa. Segundo Efraim Sanches Pereira, ele profetizou em um contexto de incerteza para a comunidade Israelita devido a crise política que sobreveio ao governo de Dario em 520 A.C. Sua mensagem está ligada à reconstrução do templo, que havia sido interrompida. Ageu exorta o povo a que reconstruam o templo, pois sem o templo, não haveria bênçãos. O livro de Ageu nos mostra como símbolos espirituais são importantes para a religiosidade humana. A reconstrução do tempo era necessária para estimular a fé em Javé, a qual muitos haviam abandonado durante o exílio. Era também um fator importante para a unidade nacional do povo recém havia chegado à terra de seus Pais.
Zacarias
Zacarias também concentrou seu ministério em exortar o povo à reconstrução do templo. Contudo, sua mensagem vem acompanhada de um forte apelo à moralidade e espiritualidade nacional, além de exibir um forte messianismo. Segundo Zacarias Deus lhe falou através de visões, um meio bastante utilizado pela literatura apocalíptica, que se tornará comum na literatura judaica posterior. É no livro de Zacarias que se menciona pela primeira vez entre os profetas a Satanás e sua oposição ao ministério do sumo-sacerdote Josué. Zacarias, sendo oriundo da classe sacerdotal, profere sua mensagem em apoio tanto a Josué, o sumo-sacerdote e Zorobabel, o governador, ambos escolhidos por Deus para liderar o povo neste período. Zacarias pregou aos cerca de 50.000 judeus retornados à Palestina que logo reconstruíram o altar e iniciaram a reconstrução do templo, mas que , nos tempos de Zacarias havia sido interrompida pela conspiração dos povos ali residentes junto às autoridades persas.
Malaquias
Malaquias não é citado por Esdras, razão por que alguns colocam seu ministério em conjunção com o período de Neemias, pois não menciona a restauração do templo, o qual já está funcionando. Sua mensagem visa condenar relaxamento tanto espiritual como social do povo. O nome “Malaquias” simplesmente significa “mensageiro”, daí alguns pensarem que não se trate do verdadeiro nome do escritor, desde que nenhuma outra informação é dada no livro a seu respeito. O livro, normalmente dividido em 6 oráculos, tem diferentes estruturas nas Biblias protestantes e católicas, quando comparadas com a Biblia Hebraica; esta divide o livro em 3 capítulos ao passo que as outras em 4. Alguns estudiosos pensam que o livro tem o estilo de um julgamento do tipo suserano, tratando da quebra da aliança divina. Considera-se que uma alusão a Cristo é feita em 3:1, mas outros pensam que se trata de algum profeta contemporâneo.
Os profetas pós-exílicos enfatizam a restauração espiritual e social na nação de Israel após terem regressado da Babilônia. Eles são um prova de que Deus não abandonou o seu povo, pois ainda se importa com eles e lhes fala através desses mensageiros. Para os protestantes, esses são os últimos profetas canônicos, os mais próximos do Cristianismo. Eles foram os que precederam João Batista e Jesus.
O estudo dos profetas pós-exilicos faz parte dos profetas menores no currículo do Instituto Teológico Simonton. Se você desejaria conhecer mais a respeito dos Profetas em geral, nossos cursos podem ajudá-lo neste sentido. Visite nosso site oficial no link abaixo:
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