Saturday, January 14, 2012

Adoração como Homenagem a Deus

 
Artigo pelo Rev. Jose Oliveira, M.Div.

prostrado_fundo_brancoAnos atrás, ainda quando vivia em meu país, Brasil, eu ouvi pela primeira vez um hino de adoração que tocou e tem tocado muitíssimo meu coração, ao longo dos anos. O hino se chama “A Deus, seja a Glória” e o refrão repete: “A Deus seja a glória por tudo que Ele tem feito”[1]. Quando vim aos Estados Unidos estudar para o meu Mestrado, fiz uma matéria sobre Adoração, e no trabalho final apresentei um conceito de adoração como “Tributo”, lembrando-me daquele hino cujo nome oficial em Inglês é “My Tribute”, “Meu Tributo”. Minha exposição ainda que estudantil, recebeu uma avaliação laudatória do professor, dizendo que tinha “mérito”, isto é, que era procedente e argumentável. Não creio que o conceito fosse original, pois se o fosse eu não o teria encontrado em uma canção traduzida para o Português. Mas creio que é um dos conceitos mais próximos do que a adoração realmente é. Porém, depois de anos refletindo sobre o conceito “tributo”, em si mesmo, vi que ele também contém aspectos que se distanciam da natureza própria da “Adoração”, tal como o sentido de “pagamento obrigatório” a um governo ou soberano. Assim, busquei nesta palavra aquele sentido que mais se enquadrava à verdadeira adoração a Deus, e encontrei que adorar a Deus é basicamente “homenagear a Deus”. Por isso, gostaria nesta oportunidade analisar adoração a Deus como uma homenagem, por que homenagem inclui os sentidos que me impressionaram no conceito de "tributo", mas deixa fora o aspecto compulsório.

Primeiro, adorar a Deus, como uma homenagem, significa o reconhecimento de que Ele merece a nossa adoração. Uma homenagem é feita para reconhecer o mérito que uma pessoa possui em sua personalidade ou pelos seus feitos. Ao contrário do tributo, cuja expressão inclui o senso de obrigação, uma homenagem é um ato voluntário, resultante do conhecimento e relacionamento com o homenageado; no caso de Deus, adorar através de homenageá-lo, decorre da contemplação e comunhão com Ele com o sentido de exaltação. Adorar a Deus é reconhecer que a Sua pessoa e os seus feitos são incomparavelmente perfeitos, e esta conscientização causa o desejo de homenageá-lo de livre e espontânea vontade. Homenagem é cabível a Deus pelo seu aspecto voluntário. Se alguém pede, requer ou obriga ser homenageado, todo o valor de tal homenagem se perde nesta requisição. Deus não pede ou requer nossa adoração, mas Ele a aceita e se alegra com ela, quando sincera e genuína. Adoração também não é compatível com o sentimento de culpa ou obrigação que possa residir no adorador. Tais sentimentos maculam a genuína adoração, pois sua motivação primeira não seria Deus, mas o sentimento de obrigação que se instalou no adorador. A contemplação da pessoa e dos feitos de Deus pode produzir um sentimento genuíno de gratidão no adorador, o qual Deus certamente aceita, mas a mais pura adoração vem do sentimento de uma sobrepujante admiração pela pessoa de Deus.

Segundo, adorar a Deus como uma homenagem é resultado de um relacionamento pessoal com Deus. Embora Deus possa ser visualizado como muito mais do que uma pessoa, pois Ele é o Centro e a Fonte de tudo que existe, certamente Ele se revelou às suas criaturas basicamente como uma pessoa na figura de Pai. Deus, em sua infinitute, pode ter relacionamentos não-pessoais com seres-não pessoais e estes também o adoram; primeiramente, com o seu simples existir, e talvez de outras maneiras que só Deus possa perceber. Contudo, é através de nossa personalidade, que nós, seres humanos, adoramos a Deus – como pessoas. Deus nos criou à sua imagem e semelhança, como pessoas para que pudéssemos nos relacionar com Ele como pessoas. Homenagear a Deus na adoração, como pessoas significa que utilizamos as faculdades de nossa personalidade ao adorá-lo. Antes de qualquer coisa, o adoramos com entendimento. Ainda que não compreendamos tudo a respeito de Deus, aquilo que compreendemos é suficiente para produzir em nós o desejo de adorá-Lo. Também o adoramos como indivíduos, isto é pessoas únicas, distintas de quaisquer outras em todo o Universo. Deus se regozija em receber a adoração de cada um dos seus filhos e filhas porque cada um nós é um ser único em sua presença. Por fim, adorá-lo como pessoa significa uma adoração livre, isto é, originada espontaneamente em nossa vontade. É uma escolha livre e pessoal. Homenagear a Deus como pessoa, só pode acontecer no contexto do relacionamento pessoal. Sem comunhão pessoal com Deus, não pode haver genuína adoração.

Terceiro, adorar a Deus é uma homenagem sem pretensões de retribuição. Retribuição é uma lei universal. Isto é declarado na lei da Física que diz: “toda ação provoca um reação de igual intensidade”. Porém, na Religião, muitos têm usado o conceito de retribuição como uma estratégia de troca, na qual o religioso, através de sua devoção espera receber, em troca, um benefício da deidade adorada. A genuína adoração não é compatível com este conceito de adoração, pois a autêntica adoração não espera nada em retorno; mesmo o prazer de se adorar, o qual, ainda que presente na adoração, não deve ser o motivo da mesma. A adoração busca nada mais que a exaltação exclusiva da pessoa de Deus. Homenagem a Deus como adoração, particularmente cabe a este propósito, pois da mesma maneira que requerer uma homenagem deturpa a mesma, também o esperar retribuição pela homenagem prestada, a invalida como uma autêntica homenagem. Deus não vai lhe dizer “obrigado” pela sua adoração, pois nada o obriga a nada, e o adorador nada deve esperar de sua adoração – esta, por si mesma se basta. A adoração a Deus, como uma homenagem deve ser desinteressada, sem segundas-intenções ou pretensões. Por isso, quando adoramos a Deus, devíamos nos abster de fazer petições -- somente louvor.

É maravilhoso saber que podemos adorar a Deus desta maneira, conscientemente, pessoalmente e desinteressadamente. E assim podemos porque fomos criados por Deus com esta capacidade. Deus não nos criou porque Ele tinha qualquer tipo de necessidade, ou seja, Ele desejava ser adorado pelas suas criaturas. Deus é absolutamente suficiente. Ele não necessita de nossa adoração; mas, interessantemente, a aceita e se regozija com ela. Assim, se existe um propósito na adoração a Deus, este deveria ser o de agradar a Deus, e isto, não se limita a lugar e tempo designados para o que chamamos adoração, mas deve ser praticado a todo o momento pelo desejo de agradar a Deus em fazendo a sua vontade.

Adoração é um dos temas estudado amplamente no Instituto Teológico Simonton em várias disciplinas, mas, especialmente no Bacharel de Honra, o aluno terá oportunidade de fazer uma matéria chamada “Liturgia”, na qual o tema “adoração” recebe uma atenção especial. Adoração é um tema bastante importante dentro do estudo teológico. Se você gostaria de saber e aprender mais sobre isso, considere estudar no Instituto Teológico Simonton, clicando no link abaixo:
http://simonton.atwebpages.com

[1] http://www.youtube.com/watch?v=QxBpqChwuRU.
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