Sunday, February 12, 2012

O Deus Sem Favoritismo

pelo Rev. Jose Oliveira, M. Div.

FavoritismoTodos nós temos as nossas "coisas favoritas", não temos? Minha sobremesa favorita é pudim, por isso eu gosto mais de pudim do que gelatina. Temos até pessoas favoritas, quando se considera a profissão ou os seus talentos. Portanto, eu gosto mais de determinados atores ou atrizes que outros. Filhos não gostam de pensar que os pais têm favoritos; mas, será que não têm? E Deus? Será que Ele tem filhos favoritos ou coisas favoritas? Será que ele gosta de certas pessoas ou coisas mais do que de outros?

Nós temos favoritismo para com as pessoas e coisas porque a nossa percepção é finita, limitada, imperfeita. No entanto, Deus é perfeito e sua percepção das coisas também é perfeita. Por isso, acredito que Deus não tem necessidade, como nós, de ter pessoas ou coisas favoritas. Nesta oportunidade, eu gostaria de pensar sobre esta questão, se Deus age com favoritismo em relação a pessoas ou coisas. Você concorda que, no final, tudo se resume à questão se há alterações em Deus ou não?

Um atributo não transmissível de Deus é a Sua imutabilidade. Deus não muda. Deus não tem mudança de humor. Como o Novo Testamento afirma, em Deus não há variação, portanto, Ele não pode gostar de pessoas ou coisas de acordo com uma determinada gradação de preferência, digamos, de "gostar um pouco" a "gostar muito mesmo". Diferente de nós, Deus tem uma maneira perfeita de apreciar as coisas sem desgostar de nada.

A razão pela qual eu acho que Deus não pode se desgostar com nada é porque se assim fosse, então esse "desgostar" faria Deus infeliz, e Deus não pode ser infeliz. Como, então, Deus lida com pessoas e coisas que não se encaixam à sua vontade? Novamente, é uma questão de percepção. Nossa percepção é limitada, espaço-tempo contida, transitória, mas a percepção de Deus é desde a eternidade para a eternidade. Embora Deus esteja ciente das realidades espaços-temporais, são apenas as realidades que se encaixam nos planos de Deus que se tornarão eternas, todas as outras circunstâncias irão desaparecer com o tempo, inclusive o pecado. Assim, o pecado, sendo um desvio da vontade de Deus, não tem existência permanente e Deus o vê desta forma, não tendo necessidade de gostar ou não gostar dele, porque o pecado não vai prevalecer nos planos de Deus, de qualquer maneira. Para Deus, que vê as coisas desde uma perspectiva eterna, é como se o pecado nunca tivera existido. Portanto, nada que seja contra a vontade de Deus também é capaz de receber o Seu amor. Assim, todos os seres humanos que optaram por ignorar Deus, colocaram-se fora do plano de Deus e se tornaram insensíveis ao amor de Deus; rejeitaram o amor de Deus e serão, também, como se nunca tivessem existido. Deus não tem necessidade de desgostar de algo, porque não há nada (em sua percepção eterna e perfeita) para ser um desgostado. Tudo se sucederá como Ele planejou.

Eu li em algum lugar, que a atitude mais reveladora de amor é a capacidade de realmente entender as pessoas, coisas e situações, e ser capaz de agir de acordo com esse entendimento. No entanto, a maioria das pessoas pensa no amor apenas como um sentimento. Verdadeira compreensão das pessoas e coisas só pode ser alcançada se a verdade está presente. Se formos capazes de entender as verdadeiras motivações das pessoas, então também seremos capazes de realmente amá-las, mesmo que não concordemos com suas ações ou idéias, compreendê-las, capacita-nos agir com amor. Deus é capaz de uma compreensão verdadeira e perfeita de todas as coisas e seres; é por isso que ele é capaz de amar a todos sem comprometer a sua natureza perfeita e imutável.

Em nossa percepção, sentindo o amor perfeito de Deus e a sua atenção pessoal a cada um de nós, podemos pensar que Deus nos ama mais, ou melhor, do que outros, embora não possamos saber o porquê. O povo de Israel pensava dessa forma no passado. Não há dúvida de que Israel, devido a sua relação com Deus tornou-se um povo distinto de todas as outras nações, mas isso significa que Israel é a nação favorita de Deus? Mesmo que em suas percepções religiosas Israel e a Igreja vejam dessa forma, Deus, em sua perfeição, está além das percepções humanas - mesmo aquelas acreditadas inspiradas -; Deus não tem favorito algum.

Em Deus não há variação ou sombra; Ele é o Deus sem favoritismo.

Rev. Jose Oliveira é ministro presbiteriano e diretor do Instituto Teológico Simonton online,  em Chicago – USA.

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