Sunday, February 17, 2013

Caio Fábio e a Exegése: comentando Mt 7:19


 “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.” Mt 7:19.

O texto acima é um texto comentado por Caio Fábio em resposta a uma curiosa pergunta de alguém: “Qual é o limite, a referência “basta”, para o mandamento de fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam.” Caio Fábio é dono de uma intelectualidade e saber bíblico impressionantes. Fui seu discípulo (lendo seus livros, através da rede satélite e ouvindo suas fitas e vendo seus vídeos) tanto em homilética como em hermenêutica nos dias em que ele era considerado o grande evangelista brasileiro. E lembro me de que em uma crise ministerial-espiritual eu o chamei e ele me aconselhou muito bondosamente por mais de uma hora no telefone, após qual conversa, eu pude compreender algumas coisas como estar “burned out” (muito estressado) ministerialmente e como em certas ocasiões, até mesmo oração se torna uma fonte de depressão. Quando o “império” de Caio caiu com a sua “queda” pessoal, eu achei que ele foi tratado injustamente, até mesmo por si mesmo. Se houvesse menos hipocrisia e menos moralismos para tratar com as “quedas de pastores”, o trabalho maravilhoso que ele vinha fazendo não teria que ser derribado. E, diga-se de passagem que nenhum outro evangelista se levantou de âmbito nacional que tome o lugar de Caio. Tendo me mudado para os Estados Unidos e acompanhado todo o problema à distância e esporadicamente, somente recentemente voltei a interessar-me por seu trabalho. Acessei o seu site, ouvi algumas de suas mensagens e notei que Caio Fábio havia mudado. Minha impressão é que ele rompeu com a etiqueta evangélica e decidiu ser o que realmente quer ser. Vi nisso um Caio Fábio liberado, mas também vi em Caio Fábio algumas mudanças que foram difíceis de aceitar (mas aceito) algums que considero como liberação ou progresso, mas também outras como uma diluição e desfocalização do saber de outrora. Alguns dos seus artigos, têm aparecido na minha página do Facebook através de outros amigos, e quando tenho tempo os leio. Ao ler o artigo em que ele reflete no versículo acima, à guisa de responder outrem, de novo senti essa impressão de diluição e desfocalização, e do Caio de antes, só encontrei o intelectualismo.
Ciente de que o discípulo nunca é maior que o mestre (por que nunca posso superar o Caio Fábio,  meu mestre no passado) gostaria de deixar alguns pensamentos sobre o mesmo texto apontando alguns aspectos não tocados pelo grande mestre de outrora, talvez trazendo alguma luz no denso intelectualismo exarado em sua explicação. Em minha opinião, Caio Fábio, ao analisar esta passagem bíblica, divorciou-se da exegese e perdeu-se na retórica.

Passemos agora, ao texto propriamente dito, Mt 7:19. Primeiramente, identifiquemos o contexto em que esse versículo aparece no Evangelho de Mateus. O texto pertence à mais famosa unidade dos Evangelhos, o chamado  “Sermão do Monte”.  Alguns estudiosos têm concordado que a proposição-mestra do Sermão do Monte se encontra nessas palavras: “Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mt 5:20. Lembremo-nos que este é o primeiro dos cinco sermões apresentados no Evangelho de Mateus aos quais o autor ou autores-editores claramente deu ou deram prioridade, desde que os demais materiais extraídos de outras fontes foram evidentemente abreviados para dar lugar a estes sermões. E, dentre os cinco, pelo posição (primeiro) e pelo tamanho (o maior de todos) o Sermão do Monte claramente se distingue dos demais, como reprodutor do cerne da mensagem de Jesus.

 Contudo, sabemos que esta é uma construção artificial do Sermão Monte, o qual, sem dúvida, reflete  o cerne do ensino de Jesus, mas  não é a réplica ou a transcrição do sermão pronunciado por Jesus naquela ocasião. Prova disso são as suas diferentes versões em Mateus e Lucas. Assim podemos supor que além dos ensinos de Cristo, alguma  sabedoria proverbial daquele tempo também foi introduzida como sendo de Jesus. O Sermão do Monte pode ser facilmente dividido nas três partes clássicas do discurso: Introdução (5:1-16), Exposição (5:17-7:12),  e Conclusão (7:13-27). Cada uma dessas partes do sermão é desenvolvida de maneira similar. Na introdução, a atenção dos ouvintes é assegurada através do pronunciamento de máximas breves, simples e poéticas que chamamos de as “As Bem-Aventuranças”, destacando a frase “Bem aventurados”.  A seguir, ainda na introdução Jesus especifica a quem sua mensagem é dirigida, aos presentes, as quais ele identifica como “sal” e “luz”. Na sequência, o sermão entra no assunto propriamente dito que é a proclamação do Evangelho tendo como pano de fundo a Lei e os Profetas. No corpo do Sermão do Monte podem ser distinguidas duas outras partes principais, a primeira, de 5:17-48, pode ser denominada uma Expansão da Lei para servir aos ensinos mais elevados do Evangelho; a segunda, de 6:1-7:12, que eu chamo de Injunções Diretas do Evangelho. Observe-se que o autor faz uso de frases de efeito para separar cada uma dessas partes da exposição e claramente encerrá-la, passando à conclusão. Essas frases, que em Homilética chamamos de “frases de transição” são os versículos 5:48, “ Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.”, e, o versículo que desejamos estudar nesta oportunidade, 7:19 “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.”, que de natureza ampla como o anterior,conclui com um pronunciamento da visão geral do Evangelho a respeito da Lei e dos Profetas. As partes da Conclusão são compostas de materiais diversos explorando um estilo parabólico em contraste com o mais sapiencial de antes, talvez de origem tardia, quando a igreja já estava organizada e infiltrada por ensinos outros que aqueles pregados pelos apóstolos. Assim a conclusão assume um tom de precaução alertando os ouvintes sobre quatro perigos: de não se esforçar-se o suficiente, dos falsos mestres, da insinceridade quanto fazer a vontade de Deus e quanto a não ouvir as palavras de Jesus, provavelmente a única parte da conclusão que reflete as palavras conclusivas de Jesus na ocasião.

Tendo discernido a estrutura do Sermão do Monte, agora podemos adequadamente localizar o texto em questão (7:19) e tentar determinar a sua natureza. Como dissemos, o texto pode não ter sido originalmente pronunciado pelo Senhor Jesus na ocasião em que ele proferiu o Sermão do Monte, pois parece ser um recurso de apresentação do discurso para fazer a transição da Exposição para a Conclusão. De fato, o conteúdo sapiencial  é derivado da Lei Mosaica, do mandamento “Amarás ao próximo como a ti mesmo”, portanto não sendo original do ensino de Jesus. É evidente no Sermão do monte que Jesus está fazendo uma comparação entre Lei e os Profetas (antigos) e o seu Evangelho. Para finalizar o sermão o autor ou autores-editores de Mateus sumarizam como o Evangelho de Jesus vê a prática da Lei e dos Profetas. Portanto devemos esclarecer que este versículo não faz parte das Expansões  nem das Injunções que Jesus fez no seu sermão. É, na verdade um comentário quanto à aplicação da Lei e dos Profetas, não necessariamente um ensino do Evangelho de Jesus. Desta maneira, a função deste versículo no Sermão do Monte é, claramente homilética não didática,  e como tal, pode ser extraído do todo sem prejuízo ao conteúdo, e, assim, devemos estudá-lo em seu próprio mérito, como comentário (possivelmente rabínico) à Lei e aos profetas, uma vez que, como disse acima não reflete o ensino específico de Jesus, mas uma opinião sumarizada da prática da lei e dos profetas. O que quero enfatizar é que este versículo não traz um ensino caracteristicamente de Jesus. O ensino de Jesus é vinho novo; não é uma simples explicação ou repetição da lei e dos profetas. No Sermão do Monte os ensinos de Jesus ou expandem a Lei e os Profetas ou dão injunções novas que são características do seu Evangelho que tem por medida ética, não o que o indivíduo quer para si mesmo, mas o Deus quer para todos os seus filhos.

Agora estudemos o versículo propriamente dito. Primeiramente, é preciso descobrir qual é a mensagem específica deste versículo. O contexto, que cremos ter sido artificialmente imposto, não nos ajudará muito. Por isso, temos que examinar as evidências internas para chegar a essa identificação. Identificar a natureza geral do versículo pode nos ajudar nesta tarefa. O versículo responde uma pergunta crucial ao judeu: Como obedecer a lei e os profetas? A lei com todos os seus muitos e detalhados preceitos, e os profetas com as suas múltiplas e diferentes exortações, eram certamente um peso ao religioso comum, nas palavras de Paulo, um “jugo que os pais não suportaram”. Este versículo apresenta ao religioso comum, sem o conhecimento detalhado da lei e dos profetas, como cumpri-los sem se preocupar com os seus muitos detalhes. É, então, uma máxima sapiencial, um princípio vivencial, um atalho prático à obediência da Lei e dos Profetas. O segredo para isto é tratar o próximo como você mesmo gostaria de ser tratado. É o que veio a ser conhecido como a “Regra de Ouro” da Vida.

Contudo, não  esqueçamos que embora muito prática e valiosa, a Regra de  Áurea não é Evangelho. O Evangelho de Jesus vai além da Regra de Ouro, cuja a medida é a vontade humana. Na verdade, Jesus nos ensina a renunciar a nossa própria vontade para fazer a vontade Deus.
Caio Fábio identifica a motivação da Regra de Ouro, como apresentada neste versículo: é a retribuição, a esperança de que você será bem tratado, se tratar bem aos outros. Neste caso, tal motivação seria, digamos, um tanto quanto egoísta, pois visa ultimamente o benefício próprio. Contudo, eu creio que o objetivo da Regra de Outro não é utilizar nosso egoísmo como padrão, mas sim promover em nós a consciência de que nossos semelhantes são dignos de receber pelo menos o mesmo tratamento que gostaríamos de receber.

O reino de Deus possui ideais mais elevados do que amar ao semelhante baseado no seu amor-próprio. O evangelho nos convida a olhar para o Amor de Deus  por nós, especialmente revelado na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo. O evangelho nos convida a estarmos comprometidos a fazer a vontade de Deus, mais do que a nossa própria. Se seguirmos o exemplo de Jesus colocaremos o próximo antes mesmo que a nós mesmos. Portanto, para o Evangelho não é suficiente tratar o próximo como eu gostaria de ser tratado, mas sim tratá-lo como Deus quer que eu o trate. O Evangelho nos convida a amar o próximo pelo que cada um é, não como um reflexo do que somos. O Evangelho deseja que nos aproximemos de nossos semelhantes, que os conheçamos pessoalmente com as suas necessidades pessoais, que podem ser diferentes das nossas próprias. Por estas razões o Evangelho ultrapassa a Regra de Ouro que supostamente nos ensina como cumprir a Lei e os Profetas. O Evangelho nos ensina a obedecer a Vontade de Deus exemplada na vida e nos ensinos de Jesus Cristo.

Em respondendo a pergunta, qual o limite para ajudar ao próximo segundo o princípio da Regra de Ouro, Caio Fábio revela uma curiosa preocupação com a prevenção do abuso por parte de quem se ajuda, como um sub-produto prejudicial, tanto para quem ajuda como para quem é ajudado. O limite da Regra Áurea é claro: ajude o próximo o quanto você ajudaria a si mesmo. Você é a medida. Mas para o Evangelho, o limite é a vontade de Deus, como expressada nos ensinos e na vida de Jesus, e aí  encontramos a pujante declaração evangélica de que  sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim. Jo 13:1. No evangelho o limite da ajuda não é enquanto você queira, como vemos na Regra Áurea, é enquanto você viva, durante toda a sua vida, até o fim, como Jesus fez.

É verdade que Jesus não deixava que as pessoas abusassem da sua boa vontade, para satisfação de ambições egoísticas. Quando os irmãos Boanerges vieram a ele pedindo que lhes prometessem o privilégio de, no seu reino vindouro, sentarem-se um à sua esquerda e um à sua direita, Jesus lhes ensinou o princípio do serviço “maior o que serve”, e lhes disse a verdade, que sentar-se à sua direita e esquerda era para aqueles aos quais estava destinado. Jesus sempre identificou a real necessidade do individuo e sempre ministrou neste sentido. Por tanto, ele nunca se recusou a ajudar o próximo. Ele disse: “Dá a quem te pede, não recuses a quem lhe pede empresado”.

Assim, qual é o limite para se ajudar o próximo? Segundo a Lei Áurea esse limite é deixado à discrição de cada um, é o quanto você queira. Segundo o Evangelho, é a vontade de Deus que nos ensina em Jesus a colocar o próximo em primeiro lugar e nunca cessar de fazer o bem. Segundo o evangelho, é durante toda a sua vida, como Jesus fez e ensinou.

Contudo, ajudar o próximo não significa sempre lhes dar o que pedem. Muitas vezes as pessoas querem soluções mágicas para problemas que requerem educação de vida. O jovem rico tinha expectativas equivocadas quando se aproximou de Jesus pedindo ajuda em como entrar na vida eterna. Ele queria uma solução rápida e talvez fácil. Mas Jesus lhe mostrou que se quisesse a vida eterna tinha que dedicar a sua vida para esse propósito. “Vende tudo que tens, dá aos pobres, e depois, vem e segue me”. Jesus, amando-o, lhe mostrou qual era a parte dele e assim que fizesse isso, Jesus faria a sua, o receberia como discípulo e lhe ensinaria em como “ganhar a vida eterna”. Muitas vezes, nossa ajuda é apenas um paliativo para nossa consciência. Não queremos compromisso real; dar o dinheiro pedido é mais cômodo do que envolvimento real e “fazer discípulos”. Como o jovem rico que recusou a proposta de Jesus, muitos recusarão a ajuda real que oferecemos, basicamente por que ainda não estão convencidos de suas necessidades reais.

Nem todos quererão tomar vantagem de você. Alguns nem mesmo lhe pedirão ajuda, cabe a você discernir as necessidades deles e lhes ajudar, o que para eles, as vezes, será algo inesperado. Jesus perguntou ao cego, “Que queres que eu te faça” ele respondeu “Que eu veja, Mestre”. Jesus não passou a lhe fazer um sermão a respeito da importância maior da luz espiritual no coração, etc, etc... Ele simplesmente lhe devolveu a visão. À viúva de Naim que chorava desconsoladamente no seu caminho para sepultar o único filho, Jesus se aproxima e lhe diz: “Não chores!” e lhe dá a razão para não chorar: lhe devolve o filho, ressucitando-o.  A quem tem fome, se dá comida, não filosofia!

Assim, nossa ação ética é diferente se seguimos a Lei Aurea, ou se seguimos o Evangelho. Não me entendam mal. A Regra Aurea é valiosíssima. Se todos a observassem, nosso mundo seria muito, muito melhor. Contudo o projeto de Deus para o nosso mundo é o reino de Deus, onde se vive não de acordo com a Regra Áurea, mas de acordo com o ensino e o exemplo de Jesus para fazer-se a vontade de Deus. A Regra Áurea impõe um limite para sua ajuda ao próximo. O seu amor a você mesmo, como a Lei e os Profetas também o fizeram. Mas o evangelho não tem limites para se fazer a vontade de Deus. É compromisso de vida.

E, para finalizar, deixe me oferecer também o meu atalho para a vontade de Deus. A minha máxima que acredito traz o segredo de se fazer a vontade de Deus em uma “nutshell”. Muitos querem servir a Deus para fazer a vontade de Deus. Mas muitos não entendem que não podemos servir a Deus. Deus per Se, não precisa de nós. Nem mesmo a Adoração ele demanda de nós; é, ao contrário, uma consequência de conhecermo-Lo pessoalmente; Deus não precisa de nada, e tudo que Ele faz é por amor às suas criaturas. Portanto, nós, criaturas de Deus, somos a prioridade de Deus, e, se queremos realmente servir a Deus, devemos colocar o bem do nosso semelhante antes mesmo do nosso próprio. Servir a Deus, fazer a vontade de Deus, portanto, é servir ao próximo.

Rev. Jose Oliveira

O Rev. Jose Oliveira é um ministro presbiteriano, fundador e diretor do Instituto Teológico Simonton, uma escola teológica online oferencendo programas se Teologia nos níveis Básico, Bacharel e Mestrado. Se você estiver interessado em estudar Teologia Online, clique abaixo:
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Thursday, February 14, 2013

Amizade: Que Bicho é Este?


Pelo Rev. Jose Oliveira

Como podemos definir amizade? Algo tão belo e simples, mas um tanto quanto dificil de explicar. Nestas horas, ficamos curiosos para saber o que o dicionário diz a respeito. Veja o que o Dicionário Aurélio Sécuo XXI diz: “Sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou por atração sexual”. Esta definição reflete a dificuldade de se explicar o que amizade é, e como destinguí-la de outros sentimentos; neste caso, o autor encontra sua distinção em que “geralmente não são ligadas por laços de familia ou atração sexual”, como que excluindo esses relacionamentos de serem chamados “amizade”. Alguém definiu amizade como “um tipo de união que tem por base a comunicação, apoio mútuo, compreensão e carinho entre as pessoas”. Essa é uma boa definição, sendo minha única objeção a palavra “união” para descrever amizade. Parece me que “união” é muito forte, muito formal e oficial para definir amizade. Para definir amizade eu buscaria as suas características mais básicas, levando em conta que amizade pode se expressar em várias circunstancias, modos e graus.

1. AMIZADE É UMA ASSOCIAÇÃO HUMANA BASEADA NA SIMPATIA MÚTUA.
A simpatia que menciono aqui não é do tipo “simpatia pra achar marido”, mas é aquela atração mútua que acontece não somente entre humanos, mas também entre alguns seres mais elevados do mundo animal. Simpatia vem de uma palavra grega que significa “unidos pelo mesmo sentimento”. Creio que a essência da amizade está neste conceito, duas pessoas se tornam amigas porque descobrem que simplesmente gostam uma da outra – existe uma simpatia mútua. Portanto, para se tornar amigo, não basta gostar da mesma coisas, é preciso gostar um do outro da mesma maneira.

2. AMIZADE É UMA ASSOCIAÇÃO HUMANA QUE SE BASTA A SI MESMA.
Amizade não requer contratos, certificados, recibos, nada disso. Amizade é a relação mais não-oficial das relacões humanas e contudo, é comprovadamente a mais duradoura. Em geral amigos amigos são feitos expontâneamente, sem nenhuma formalidade. Você não precisa pedir alguem para ser seu amigo, como pediria para uma garota ser a sua namorada. O compromisso da amizade não é oficial, obrigatório, no entando é um dos que se levam mais a sério na vida. Há pessoas que lamentam mais perder um amigo ou amiga, do que perder o marido ou a mulher. Alguns podem viver sem o amor do cônjuge, mas não podem viver sem a amizade de um amigo ou amiga. Para o amigo, basta saber que é amigo; ainda que distantes, os verdadeiros amigos nunca se esquecem e quando se encontram depois de muitos anos, parece que se viram ainda ontem.

3. AMIZADE É UMA ASSOCIAÇÃO HUMANA QUE CABE EM QUALQUER RELAÇÃO.
Deus nos pede que amemos a todos, até mesmo aos nossos inimigos, mas não pede que sejamos amigos de todos. É mais fácil se tornar um inimigo do que um amigo, pois para se tornar iniimigo, somente temos que não respeitar as diferenças, mas para para ser amigo, gostamos de uma pessoa apesar das diferenças... Isto explica a amizade entre pessoas de diferentes idades, ocupação, classe social, raça, cor, sexo e ate mesmo entre humanos e animais. A amizade incrementa as relacões oficiais da vida como as conjugais, familiares, professionais, estudantis. Desta maneira, as relações oficiais que mais perduram na vida, são aquelas que têm uma verdadeira amizade como base: casais se dão melhor no casamento quando são “amigos um do outro”, sócios são melhor sucedidos quando são também amigos, pais e filhos se relacionam melhor se há verdadeira amizade entre eles e assim por diante.

E assim, queridos, neste Dia Americano da Amizade "Valentine's Day", quis refletir no que amizade significa para qualquer um. Outras características podem ser adicionadas, mas creio que estas três são básicas para se entender este sentimento simples, valioso e muitas vezes inexplicável. Uns gostariam de dizer que amizade é simplesmente amar... Eu acredito que sem a capacidade de amar, é impossível fazer-se amigos, mas não diria que amizade é sinônimo de amor. O que distingue a amizade do amor é que a amizade tem que ser mútua, o amor não.

Rev. Jose Oliveira

O Rev. Jose Oliveira é um ministro presbiteriano, fundador e diretor do Instituto Teológico Simonton, uma escola teológica online oferencendo programas se Teologia nos níveis Básico, Bacharel e Mestrado. Se você estiver interessado em estudar Teologia Online, clique abaixo:
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O QUE É “AMAR DE VERDADE” ?

Primeiramente, deixe me dizer que se não amar de verdade, não é amar, por que a verdade é essencial ao amor. Não há amor à parte da verdade. Amor é aquele que é verdadeiro por natureza, se o amor não é verdadeiro, não é amor, porque não há “amor falso”; se é falso, não é amor. Porém, não suba neste cavalo com tanto ímpeto que caia do outro lado. Verdade é necessária ao amor, mas por ser verdadeiro, não significa que o amor é perfeito. A perfeição do amor é relativa à perfeição do seu agente; e, perfeição absoluta só existe na Trindade; portanto amor absolutamente perfeito só pode ser encontrado no Pai, no Filho, e no Espírito. Desta maneira, o amor pode ser genuíno, mas ainda imperfeito, e, como sabemos, assim é o amor humano. Portanto, “amar de verdade” não existe; existe simplesmente amar. Assim, se quisermos saber o que é amar, simplesmente devemos refletir nas caracteristicas do Amor. Dentre as muitas, gostaria de apresentar três:

1. O AMOR É ESSENCIALMENTE ALTRUÍSTA.
“Altruísta” é o oposto de egoísta. Egoísta é aquele que põe a si mesmo antes de tudo e todos; o altruísta é aquele põe o semelhante antes de si mesmo. Jesus é o nosso maior exemplo de altruísmo, pois sempre pensava nos demais antes que em si mesmo. Um dos seus melhores imitadores foi o Apóstolo Paulo que disse “Ninguém se preocupe comigo mais do que em vê, ou de mim ouve”. Ele não queria que o cuidado com ele fosse exagerado. Muitos hoje querem amar para receber amor em troca. Quem ama não negocia o seu amor. Ama mesmo quando não é amado, por que amar faz parte de seu caráter -- lhe é impossível não amar. Contudo, não é mau querer ser amado; mas amor não é algo que pode ser exigido; amor atrai amor, portanto se queremos ser amados, a única coisa que podemos fazer é amar.

2. O AMOR É ESSENCIALMENTE DOADOR.
Doar de si mesmo, voluntária e desinteresssadamente é uma das características mais exclusiva do amor. Doar é diferente de emprestar, investir ou vender. Quem empresta quer de volta, quem investe quer dividendos e quem vende quer ter lucro. Doar não busca nada disso. Doar é, eu diria, sinônimo de Graça, como ensinada na teologia cristã: um favor necessitado, imerecido (ainda que eu não goste muito de utilizar este termo pois se aplico ao meu amor, pode parecer soberba e orgulho, diminuindo o seu recipiente), impagável, e, muitas vezes não-solicitado. Isto, eu diria, é a essência do amor de Deus e o modelo para o nosso amor. Quem ama dá de si mesmo ao seu semelhante. Amar é partilhar a sua vida com os demais.

3. O AMOR É ESSENCIALMENTE BENÉFICO.
Porisso, vamos logo de início, dizer que não existe “vingança por amor”; sacrificar e perder a própria vida por amor de outros pode ser uma expressão de amor, mas eu estou completamente convencido de que o amor não causa danos com malícia, nem a si mesmo nem a outros. Amor “não vira ódio”, o amor sempre procura o bem do semelhante, mesmo antes que o seu próprio, mesmo após ser ferido. É esse o ensino de Jesus: “Se lhe obrigarem andar uma milha, vai com ele duas”. “Amai aos vossos inimigos; se amais somente aos que vos amam, que vantagem há nisto?”. O amor é ativamente benéfico; não simplesmente se abastém de causar mal alguém, mas principalmente procura o bem do semelhante em primeiro lugar. Como diz o ditado, “Fazer o bem sem olhar a quem”.

Assim, queridos, “amar de verdade” é simplesmente amar. A verdade é essencial ao amor. Se o amor não for verdadeiro, não é amor. Para aqueles que tem alguma dificuldade de reconher o amor, neste artigo oferecemos três características inconfundíveis do amor: éle é essencialmente altruísta, procurando o bem dos demais, mais do que a si mesmo; é doador, no sentido que dá de si mesmo sem esperar retorno algum e, por fim, é benéfico, isto é, é sempre isento de malícia -- a intenção de causar mal a alguém -- e ativamente procura o bem do próximo. Agora, seres humanos são seres complexos, capazes tanto de amor como de ódio. Se você ocasionalmente sente ódio por alguém, não quer dizer que não ame, mas pode significar que o seu amor é, como de muitos, imaturo, que você ainda não sabe amar adequadamente. Ódio e amor automaticamente se excluem; o amor não se apega ao que é mau, e é incapaz de ódio, pois o ódio é destrutivo e amor, como sabemos, construtivo. Jesus disse: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir (malícia) eu vim para que tenham vida e a a tenham em abundância (amor).”


Rev. José Oliveira

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