Tuesday, April 23, 2013

Quem é o Meu Próximo

Você se lembra da estória. Uma pessoa perguntou a Jesus quem era o seu próximo. Jesus então proferiu a famosa parábola do Bom Samaritano. E ao final perguntou, “Quais destes, vocês diriam que é o próximo daquele que foi ferido e largado à beira da estrada?” Lhe responderam: “O que o socorreu.” E Jesus finalizou: “Vai e faça e o mesmo”. Essa é uma linda lição de amor ao próximo amor que é latente por todos mas se faz presente na hora da necessidade de um em particular. Nesta oportunidade gostaria de refletir a respeito do amor ao próximo, mas enfocando na pessoa do próximo, como que também fazendo a mesma pergunta, ”Quem é o meu próximo?”, mas não para justificar-nos de não amá-lo; ao contrário, para nos conscientizar das dimensões desse amor. Sempre penso comigo: Por que Jesus não disse, - Ama a Todos-, mas disse: “Ama ao teu próximo”. Creio que quando Jesus disse assim foi porque queria que o nosso amor fosse específico. Ainda que amar a todos é possível, é difícil de ajudar a todos. Mas é mais fácil, e mais prático, amar e ajudar a quem está próximo. Não obstante, “próximo” é um conceito relativo, especialmente nos dias de hoje com o aparecimento da social mídia. Próximo, a quê, a quem? Ainda que o conceito de próximo como aquele que está em necessidade seja muito poderoso, gostaria de examinar outros aspectos dessa “proximidade”. Você já ouviu a frase, “Longe dos olhos mas perto do coração”? Gostaria de sugerir que esse é o primeiro tipo de próximo que devemos amar:

AMAR 0 PRÓXIMO DO CORAÇÃO
Ainda que declaremos amar a todos, sem exceção (como eu creio ser possível), sempre haverá alguém que amamos por que está perto do coração... Alguém com quem possuímos um laço emocional. Quem é esse alguém? Esse alguém não precisa ser um, mas pode ser vários. É o marido, a esposa, é o pai, é a mãe, é o irmão, a irmã, o amigo, a amiga; é a namorada, o namorado, o noivo, a noiva, o paquera, a paquera... se existe um laço emocional ligando você e esta ou estas pessoas, aí está o seu próximo a ser amado. Amar a este tipo de próximo , teoricamente, não é difícil, porque você já esta envolvido emocionalmente com ele, você já gosta dessa pessoa, portanto, não é difícil amar. Teoricamente, digamos, por que na prática, amar não é somente sentir, mas se relacionar; e relacionar, e relacionar bem, sim -- é difícil. Qual seria o segredo de amar dignamente àqueles que estão próximos do coração como familiares e outros queridos? O segredo, creio, é valorizar aquilo que faz essas pessoas se tornarem próximas do coração, isto é, valorizar e aperfeiçoar a proximidade. Isso significa melhorar o relacionamento com essas pessoas. Proximidade de quem está próximo do coração permite intimidade cada um a seu nível, intimidade conjugal, intimidade familiar, amizade íntima. Não se contente com superficialidade; abra-se e se mostre receptivo para que os seus queridos possam também ser abertos com você.

AMAR O PRÓXIMO DO COTIDIANO
Cotidiano é aquele conjunto de situações da vida que se repetem no dia-a-dia de nossas existências. As pessoas pertencentes ao nosso cotidiano também estão próximas de nós. Elas são o vizinho, o jornaleiro, o atendente do Starbucks, as pessoas que compartilham o mesmo ônibus todas as manhãs quando você vai ao serviço, é o seu patrão, chefe, colegas de serviço, são os seus companheiros de lazer e os colegas da escola. Essas pessoas estão próximas por que fazem parte do nosso cotidiano, da nossa rotina diária, ainda que não necessariamente eu seja íntimo delas. Posso não saber nada de suas vidas depois que as encontro nestas situações cotidianas, mas elas fazem parte de minha vida, são meu próximos e eu devo amá-las também. Nas relações humanas, temos o que chamamos etiqueta social. A etiqueta diz que devemos perguntar a alguém “Como vai?”, mas sem esperar uma resposta específica; nos contentamos com um “Bem, e você?” E nós também não saímos a dize relatar o que nos aconteceu em casa. Isto é parte da etiqueta social. Amar a essas pessoas significa tratá-las cortesmente, educadamente, respeitosamente, honestamente. E quando você faz isso, não é raro verificar que algumas dessas pessoas deixarão de pertencer ao círculo do cotidiano e passarão a fazer parte do círculo emocional. Pessoas do círculo cotidiano, se tornam grandes amigos, e, em muitas vezes os cônjuges com quem você vai partilhar, quem sabe a vida toda.

AMAR O PRÓXIMO DA HUMANIDADE
Eu sei que algumas pessoas podem se sentir mais próximas dos animais do que pessoas. Mas, sinceramente, quem assim se vê, tem um problema de relacionamento a ser resolvido. Eu amo ao meu cachorro. Deleito-me com o seu amor incondicional, e sim, considero esse amor relativamente considerando, de melhor qualidade do que aquele que eu recebo de alguns seres humanos. Mas a minha relação com o meu cachorro, quer eu queira ou não, é limitado, por que eu sou uma pessoa e ele é um cachorro. Ainda que me ame genuinamente, meu cachorro não supre todas as minhas necessidades relacionais e emocionais. Para isso eu preciso de outra pessoa, outro ser humano. De todos os seres viventes neste planeta eu estou próximo (semelhante) a outros seres humanos. E, segundo Jesus, eu devo valorizar essa proximidade porque a origem dela é Deus que a todos nos criou humanos, seres com personalidade, como Ele, e a quem juntos, podemos chamar de Pai. Deus criou semelhantes uns aos outros, isso é, próximos uns dos outros, e essa proximidade deve ser um veículo para o amor, exatamente como Jesus, que ama a todos sem qualquer discriminação, ao ponto de, sendo o Filho de Deus Unigênito, por amor se tornou humano, como um de nós. Amar a outros seres humanos significa se colocar na situação deles e usar sua vida para que outros (e nós mesmos,no processo) se tornem melhores seres humanos em melhores condições de vida neste mundo.

Assim, meus amigos, quem é o meu próximo, a quem Jesus nos ensinou a amar como ele amou? Primeiro, é o próximo do meu coração, minha família, meus parentes, meus amigos, pessoas com quem eu tenho um vínculo emocional. Depois ,são aqueles do círculo do meu cotidiano, pessoas com as quais eu me relaciono, quem sabe superficialmente todos os dias, mas que são dignos do meu amor em forma de respeito. E por fim, todos os seres humanos são também, cada um, meu próximo, porque somos semelhantes, fazemos parte da mesma família que se chama humanidade, fomos criados pelo mesmo Deus, o que nos faz irmãos uns dos outros e todos filhos dEle, o Pai Universal. Amar ao próximo, até mesmo no sentido da humanidade, isto é, todos, é possível... contudo, é um aprendizado de cada dia... quando você se contém para não dizer algo que você sabe vai irritar a sua esposa, ou quando você diz sinceramente “obrigado” à pessoa que lhe serve o cafezinho, ou cumpre o seu dever no trabalho da melhor maneira que pode... Como costumo dizer, isto é amor, e amor cabe em todas as situações, sem exces